sexta-feira, 21 de maio de 2010

Parte 3

Minha família é bastante grande. Tenho 9 tios, eles já se casaram pelo menos uma vez, mas alguns já se casaram 3 vezes e os ex não deixam de ser da família. Cada um tem pelo menos 1 filho, mas alguns tem 5 e cada um desses 5 já se casou pelo menos 1 vez, mas alguns já se casaram 2 vezes e alguns tem 1 filho, mas outros tem 3.
Além dessa família, ainda tenho a família que escolhemos, que são os amigos, e já morei em 5 cidades diferentes e em cada cidade deixo uma parte da família que escolhi, ainda tem os lugares que trabalhei e as pessoas com quem estudei, ou seja, minha família é enorme.
O lado ruim de ter uma família tão grande, são as pessoas que perdemos pelo caminho. Desde criança convivo com a morte de pessoas que amo e admiro.
Tinha apenas 3 anos quando a mãe da Dani morreu, mas lembro como se fosse hoje, uma dor imensa e o sofrimento de todos a minha volta. Lembro também da Lurdinha, que era filha dos nossos vizinhos (que se tornaram nossa família), ela era uma mulher linda, cheia de vida e de carinho , sentia isso dela, eu tinha uns 8 anos acho.
E assim foi, e o que mais me doía ,a medida que eu fui crescendo e entendendo melhor, era ver que as pessoas morriam e depois de alguns dias, nossas vidas seguiam normalmente. Isso além de tristeza, causava um grande medo, será que isso aconteceria comigo? Quando eu morresse, seriam dias de sofrimento e depois a vida retornaria para todos da mesma forma?
Mas a resposta veio qndo meu Arthur faleceu,talvez pela maturidade, ou pela imensa dor, eu percebi que sim, a vida segue, mas nunca mais da mesma forma.
Percebi isso porque no dia que voltei a trabalhar , eu estava lendo o jornal e vi que uma vizinha do meu avô havia colocado uma mensagem linda no jornal sobre ele. Ela detalhava com precisão o jeitinho dele, as coisas que havia aprendido com ele, falava do carinho e da saudade.
Nesse momento, eu percebi que a vida seguiria sim, mas que as coisas que havíamos aprendido, sentido e vivido com ele, essas coisa, jamais sairiam de nós e cada vez que víssemos algo que nos lembrasse dele, ele viveria novamente dentro de nós.
Ouvi uma frase que diz: -Só morremos quando morre a última pessoa que lembra de nós.
Sendo assim, meu avô, ainda levará muito tempo para morrer, porque através de nós, os bisnetos ainda o conhecerão e quem sabe os tataranetos.
Por isso considero esse fato, um divisor de águas, porque esse entendimento acalmou meu coração das saudades e do medo.

2 comentários:

  1. Lindoo, vcs vão c sempre nossa familia querida, muita saudades de vocês, esses dias lá em casa estavam comentando que apesar de eu não conhecer ela eu so muito parecida com ela, e pode dexa que nas férias eu tenho que conhece essa cidade linda que tu mora agora..Muitos beijos pra vocês todos aí de coração!Beijo

    ResponderExcluir